Será que as pessoas realmente sabem interpretar com a devida profundidade os ensinamentos de Jesus?
“Não julgueis, para que não sejais julgados…
… Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós”.
Não há um único momento em que não se assista pessoas julgando umas às outras como se o próprio comportamento fosse totalmente perfeito.
Repare em seu entorno, alguém está falando mal do outro. O colega do trabalho, a família ou o governo. Sempre um protagonista da má conduta. Enfim, uma constância de pressuposições sobre situações e pessoas que não se enquadram no padrão pessoal de perfeição.
Há um vício. A prosa somente é interessante quando existe um sujeito a martirizar.
A situação tende a ficar pior quando o julgamento resulta em uma ação de violência na forma de palavras ou gestos. O pensamento pode tornar uma situação irreal em verídica e, consequentemente, criar feridas que nunca serão curadas.
Reflita a gravidade.
Há uma história que pode trazer a reflexão, e, remete justamente a citação de Cristo.
“Na primeira manhã de um casal em sua nova casa, durante o café, a mulher reparou através da janela uma vizinha que pendurava seus lençóis em um varal. Ela, então, comentou com o marido:
– Mas que lençóis sujos ela está pendurando no varal! Provavelmente ela está precisando de um sabão novo. Se eu tivesse intimidade, perguntaria se ela quer que eu a ensine a lavar as roupas!
O marido observou calado.
Alguns dias depois, novamente durante o café da manhã, a vizinha pendurava seus lençóis no varal. A mulher então comenta com o marido:
– Nossa vizinha continua pendurando os lençóis sujos! Se eu tivesse intimidade perguntaria se ela quer que eu a ensine a lavar as roupas!
Assim, a cada dois ou três dias, a mulher repetia seu discurso, enquanto a vizinha pendurava suas roupas no varal.
Passado um mês a mulher surpreendeu-se ao ver os lençóis brancos, alvíssimos brancos, sendo estendidos. Empolgada, então, foi dizer ao marido:
– Veja! Ela aprendeu a lavar as roupas! Será que a outra vizinha a ensinou? Não fui eu quem a ensinei.
O marido calmamente respondeu:
– Não. Hoje eu levantei mais cedo e lavei os vidros das nossas janelas!”
Imagine cometer um grande erro de julgamento. O quanto lhe faria mal? Martirizar uma pessoa durante longo período e depois descobrir que estava enganado. Ou julgar em função dos seus próprios princípios e descobrir que eles estavam distorcidos. Causar mal ou maltratar alguém por razões equivocadas. Isso é muito ruim.
Chico Xavier dizia: “Fico triste quando alguém me ofende, mas, com certeza, eu ficaria mais triste se fosse eu o ofensor… Magoar alguém é terrível!”
Há algumas propostas de bem viver nesse sentido: Primeiro, julgue a si antes de julgar ao outro. Não acredite nas pessoas que trazem o mal dizer de outras – quem traz, também leva. Não agir em função de um julgamento, pode-se cometer um irreparável erro.
Aceitar que as pessoas podem errar, não serem perfeitas assim como todos. Requerer o perdão assim como doar o perdão. São premissas da reta ação.
Repare em suas palavras. São palavras que trazem harmonia ao outro? Se for o contrário, apenas não diga nada apenas. Não fale sobre coisas e situações que gerem angústia. Não é esse o caminho que nos leva à perfeição?
Pense em sua vidraça. Ela pode estar suja demais.
Marli Cintra é fundadora do @colegiocertus e co-fundadora do @bodygameoficial.
Escreve sobre Consciência espiritual e Equilíbrio existencial no @sattvabox.